“A PEC 241 comprometerá certamente o futuro da universidade pública brasileira”: é assim que o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anísio Brasileiro, define a Proposta de Emenda Constitucional que estabelece que as despesas da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior. Um vídeo com o depoimento do reitor repleto de críticas à PEC foi divulgado pela assessoria de comunicação da instituição ontem (26).
Os impactos do estabelecimento desse teto, que será válido por 20 anos a partir de 2017 se aprovado, foram abordados pelo reitor no vídeo. “A PEC 241 configura um quadro muito dramático e de muitos riscos para as conquistas que obtivemos ao longo dos últimos anos. O contingenciamento dos recursos do orçamento podem vir a comprometer o custeio da universidade, em especial toda a parte de segurança. Em segundo lugar, pode levar a uma desestruturação dos laboratórios de pesquisa e uma perda de nossa capacidade de gerar conhecimento no plano nacional e internacional”, disse.
Além de comprometer as políticas de assistência estudantil, as Casas de Estudante e o Restaurante Universitário, a PEC 241 pode prejudicar a reposição dos quadros da universidade, segundo Anísio Brasileiro. “É fundamental que nós continuemos a realizar os concursos públicos e que as progressões de docentes e técnicos possam acontecer. Nós somos absolutamente contrários a qualquer corte nas bolsas de produtividade do CNPQ [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] porque elas representam o mérito e estímulo aos pesquisadores brasileiros para continuar a produzir com qualidade”, afirmou.
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