Por Arthur Cunha
O senador Armando Monteiro Neto encerra na próxima semana um ciclo de 20 anos ininterruptos de atividades legislativas – contando, também, seus três mandatos de deputado. Fora do poder depois de perder duas eleições para governador, o petebista vai se afastar da política, dizem seus aliados; indo morar, inclusive, um tempo em Portugal. Com a saída de cena de Armando, a oposição em Pernambuco passará a não ter mais uma figura central que encarne o enfrentamento político à Frente Popular.
Por enquanto. Esse vácuo de liderança não existirá por muito tempo. Em política não há espaço vazio. Como bem diz o ditado: “Rei morto, rei posto”. Vamos aos principais candidatos. À primeira vista, o nome que logo figura para liderar a oposição é o do senador Fernando Bezerra Coelho, que só não foi candidato em 2018 porque não tinha o comando do MDB – o litígio com o senador eleito Jarbas Vasconcelos segue em processo, mesmo que a troca de ataques tenha cessado. FBC não esconde seu desejo de ser governador.
Se tiver condições políticas vai para a disputa no próximo pleito. Sua missão, contudo, é reunir em torno de sua liderança as outras forças políticas que integram o bloco. Em ascensão no cenário político pernambucano, os Ferreira também estão no jogo para assumir o papel central de liderança da oposição. O grupo estimulou por algum tempo a pré-candidatura do deputado estadual André Ferreira ao Senado. Depois de recuar, André teve uma excelente votação e acabou eleito para a Câmara na terceira colocação. Ele junta-se ao irmão Anderson, prefeito de Jaboatão dos Guararapes, na tarefa de ampliar os espaços políticos do grupo em todo o estado. Se reeleito, Anderson pode deixar a prefeitura para concorrer a governador em 2022.
O outro candidato a líder da oposição, ainda que com menos possibilidade, pois vem de uma derrota nas urnas, é Mendonça Filho. Também sem mandato a partir de fevereiro, mas longe de deixar a política, ele certamente voltará a concorrer a cargos eletivos. O democrata vai intercalar uma consultoria na renomada Fundação Lemann com um cargo na Fundação Liberdade e Cidadania, do DEM; função que o permitirá manter-se na política. No momento, essas três forças são as mais bem posicionadas para comandar a oposição. Mas muita água ainda vai rolar embaixo dessa ponte.