A regra eleitoral para 2022, que veda a formação de coligações na eleição proporcional, trouxe um problemão não apenas para os deputados federais de mandato do PSB raiz, aquele oriundo do “Eduardismo”, que não querem uma migração em massa para a legenda de outros parlamentares que possam, no frigir dos ovos, ficar com suas vagas ao final da corrida eleitoral.
Figurões da política pernambucana, com anos de mandato, também estão de cabelo em pé vivendo um dilema preocupante: permanecer no atual partido e arriscar perder a eleição, ou migrar para o PSB ou qualquer outra agremiação governista e perder o comando da sua sigla de origem, passando a ser mais um nessa nova legenda e não mais o “dono da casa”.
É o caso de nomes tarimbados como os deputados federais e presidentes estaduais dos seus respectivos partidos: Raul Henry (MDB), André de Paula (PSD), Silvio Costa Filho (Republicanos), Wolney Queiroz (PDT) e Augusto Coutinho (SD), Daniel Coelho (Cidadania) e Sebastião Oliveira (Avante).
Ainda entram nessa conta outros federais que, mesmo não presidindo seus atuais partidos, também têm a reeleição ameaçada caso fiquem onde estão. É o caso de Túlio Gadêlha (PDT), Renildo Calheiros (PCdoB), Bispo Ossesio (Republicanos), Pastor Eurico (Patriota) e Fernando Rodolfo (PL). Até André Ferreira (PSC) não está preparado para enfrentar uma reeleição em um partido sem cauda.
Do lado governista, o imbróglio está instalado. É preciso saber se Felipe Carreras, Danilo Cabral, Tadeu Alencar, Gonzaga Patriota e Milton Coelho aceitariam, por exemplo, a entrada no PSB de André de Paula, Silvio Costa Filho, Raul Henry, Wolney Queiroz, Augusto Coutinho e Renildo Calheiros para disputarem vagas com eles, como se fala nos bastidores. Isso sem contar nomes de dentro do partido que não têm mandato federal, mas figuram, com grande potencial eleitoral, como Pedro Campos e Clodoaldo Magalhães.
E a oposição, como vai se comportar? Já se sabe que Fernando Filho e Luciano Bivar estarão na chapa do União Brasil, partido que nascerá da fusão do DEM ao PSL. O ex-deputado Mendonça Filho também estará nessa chapa, que só deve ter esses três figurões.
Daniel Coelho tende a ir para o PSDB e disputar a eleição na mesma chapa do ex-senador Armando Monteiro Neto, que não confirma, mas deve sair candidato à Câmara Federal. Restam os religiosos – Pastor Eurico e Bispo Ossesio -, além de André Ferreira, que deve estar na mesma chapa de Fernando Rodolfo.
Tranquilos mesmo, se analisarmos do ponto de vista dos partidos atuais, estão quatro deputados de mandato: Eduardo da Fonte e Fernando Monteiro, do PP, cuja legenda tem uma chapa competitiva mesmo saindo só; e Marília Arraes e Carlos Veras, do PT, que se elegeriam somando a estrondosa votação da neta de Arraes e dos demais nomes da sigla de Lula.