Real teve a segunda maior valorização global no trimestre…

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Durante o primeiro trimestre de 2016, o real foi a segunda moeda que mais se valorizou no mundo em relação ao dólar. Em três meses, a moeda americana ficou quase 10% mais barata no Brasil. Parte do fortalecimento do real pode ser explicada pelo noticiário político, com maior possibilidade de impeachment da presidente Dilma Roussef. O sinal de que a política monetária seguirá relaxada por mais algum tempo nos Estados Unidos e a alta das commodities também ajudaram o real.

Nos primeiros três meses do ano, o preço do dólar em reais caiu 9,34%. Assim, a taxa de câmbio recuou de 3,96 reais no fim do ano passado para os 3,59 reais no fechamento de quinta-feira, 31 de março. Nesse cenário, o real brasileiro teve a segunda maior valorização entre as 47 divisas acompanhadas pelo serviço de cotações IDC no trimestre. Apenas o ringgit, da Malásia, valorizou-se mais no período (9,51%).

O pano de fundo local desse fortalecimento da moeda brasileira é a política. Com a chegada da operação Lava Jato ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o enfraquecimento do governo Dilma Rousseff, investidores avaliam que a chance de impeachment cresceu. Para o mercado, a saída de Dilma pode abrir caminho para um governo mais inclinado a aprovar medidas necessárias para arrumar a economia. Com a previsão desse cenário, muitos voltaram a comprar reais.

Continua…

O fortalecimento da moeda brasileira, porém, não pode ser considerado um fenômeno isolado. Os analistas do Morgan Stanley dizem que o grande fator que tem influenciado o mercado global de moedas é a política monetária dos Estados Unidos. Após o início do aperto monetário em dezembro de 2015 nos EUA, a economia mundial começou a falhar, as incertezas cresceram e o Federal Reserve deixou claro que o movimento de alta será mais lento e gradual.

“Isso enfraquece o dólar e manterá a pressão vendedora por algum tempo”, dizem os analistas do Morgan Stanley. O enfraquecimento do dólar acontece porque o juro que o investidor consegue nos EUA será, pelo menos por enquanto, menor que o imaginado previamente. (Estadão Conteúdo)