Nos últimos dias cresceram as especulações a respeito dos deputados federais Felipe Carreras e Raul Henry, atualmente integrantes da base do governador Paulo Câmara, para disputarem a prefeitura do Recife em 2020 como nomes efetivamente oposicionistas. A chegada de Carreras e Henry divide opiniões na oposição, uma vez que o senador Fernando Bezerra Coelho sinalizou positivamente para que eles saíssem da Frente Popular e cerrassem fileiras no grupo oposicionista, mas há quem entenda que um apoio a Felipe ou Raul seria um sinal de completa fragilidade da oposição e estaria fora de cogitação.
Para um importante nome da oposição ao PSB, é preciso respeitar as pré-candidaturas postas de Daniel Coelho, Mendonça Filho e Silvio Costa Filho e considerar que eles podem apresentar um projeto consistente para o Recife. Fabricar candidatos oriundos da base governista seria assinar atestado de incompetência, de acordo com este mesmo nome.
Para ele, é importante que se leve em consideração os mais de 50% do eleitorado recifense que não votou no PSB em 2018 e sinalizou um desejo para um projeto diferente, fato que deverá se repetir, na ótica do mesmo, nas eleições de 2020, em que pese os 14 anos de gestão socialista no estado que serão levados em conta no ano que vem, e os oito anos de ciclo de uma gestão do PSB na capital pernambucana.
Ele relembra episódios de eleições anteriores, quando os recifenses mandaram recados importantes a quem acreditou ser dono dos votos da cidade, como em 2000 quando a capital derrotou Roberto Magalhães elegendo João Paulo, e escolheu Jarbas Vasconcelos em 1985 à revelia do MDB que decidiu lançar Sergio Murilo, e acredita que é chegada a vez de Recife dar um novo recado em 2020 ao PSB, portanto não se justifica a oposição abdicar do protagonismo político de nomes já entrosados no time para dar lugar a outros que foram rejeitados pelo PSB como Henry e Carreras. (Edmar Lyra)