Por: Danandra Rocha – Correio Braziliense – O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), assumiu publicamente, ontem, sua pretensão de disputar a Presidência da República, em 2026. Durante um evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Pernambuco, ele classificou a candidatura como um “grande sonho” e destacou sua disposição para representar o PSD na corrida presidencial.
“Seria, sem dúvida, um grande sonho ter a oportunidade de ser candidato e discutir o país”, anunciou.
Apesar do interesse, Ratinho ressaltou que a decisão dependerá da posição do partido. “Se o meu partido [PSD] assim permitir, é óbvio que vou trabalhar para isso”, disse.
Na terça-feira passada, durante outro evento do Lide, desta vez em Brasília, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, reforçou o nome de Ratinho como opção viável ao Palácio do Planalto, no próximo ano. “Se o Brasil for presidido por Ratinho Júnior, o povo tende a ganhar”, disse, sinalizando apoio à candidatura do governador paranaense.
Ratinho se soma a outros governadores do campo da direita que também se movimentam em busca de viabilidade eleitoral. O goiano Ronaldo Caiado (União Brasil) lança a pré-candidatura em 4 de abril, na Assembleia Legislativa da Bahia. O mineiro Romeu Zema (Novo) tem insinuado que pode também se lançar à disputa, embora diga que seu candidato em 2026 é Jair Bolsonaro (PL) — que está inelegível até 2023. Quem também assegura que apoiará o ex-presidente é o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), que vem dizendo que se prepara para a disputa à reeleição — mas não afasta a hipótese de se lançar à corrida presidencial já no próximo ano.
No mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou Bolsonaro réu por, entre outros crimes, tentativa de golpe de Estado, Ratinho fez um gesto em direção ao ex-presidente e seus apoiadores. Segundo o governador, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) deveria ser julgada pelo plenário da Corte, e não pela Primeira Turma. O advogado do ex-presidente, Celso Vilardi, argumentou sobre isso, diante dos magistrados, na sessão de terça-feira, mas a solicitação foi rejeitada — o ministro Luiz Fux foi o único a concordar com a defesa de Bolsonaro.
Mas na primeira coletiva depois de tornar-se réu no STF, ao ser questionado sobre quem ele apoiaria na corrida presidencial, o ex-presidente foi enfático: “Vai o Messias, o Bolsonaro ou Jair”, respondeu.