O ministro Marcelo Queiroga criticou recentemente a obrigatoriedade no uso das máscaras para combater a transmissão do coronavírus. Em evento no Piauí, Queiroga, que é médico, afirmou considerar ineficazes as leis que obrigam o uso do equipamentos de proteção.
“Tem que acabar com essa narrativa. O nosso problema não é máscara. A gente tem é que desmascarar determinadas pessoas aí, que ficam com narrativas que não se sustentam”, disse o ministro.
Em seguida, para justificar o seu ponto de vista, o ministro fez uma comparação do uso de máscara com o de preservativos.
“Preservativos diminuem doenças sexualmente transmissíveis, mas vou fazer uma lei para obrigar as pessoas a usá-los? Imagina.”
Não é a primeira vez que o ministro se diz contrário à obrigatoriedade do uso das máscaras. Durante entrevista em agosto ao Terça Livre, canal bolsonarista investigado por disseminar fake news, ele afirmou não concordar com a legislação que obriga o uso do utensílio.
“O Brasil tem muitas leis e as pessoas, infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de conscientização.”
Especialistas, no entanto, afirmam que a obrigatoriedade do uso das máscaras é essencial para conter a transmissão do coronavírus. Uma pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA expôs 139 pessoas a dois cabeleireiros infectados pela coronavírus. Todas os participantes da pesquisa usaram máscara. Como resultado, nenhuma delas contraiu o vírus.
Apesar dos benefícios do uso da máscara, o governo Bolsonaro tenta desestimular o uso da peça. Em junho, o mandatário disse que Queiroga preparava um parecer para desobrigar o uso de máscara por quem já foi vacinado contra a Covid ou quem já se infectou com o vírus.
No entanto, mesmo pessoas vacinadas ou que já tenham sido infectadas podem transmitir o Sars-CoV-2.
Além de criticar a obrigatoriedade no uso de máscaras, Bolsonaro também já investiu contra as medidas de isolamento social. Em maio, ele acionou o Supremo para derrubar as medidas restritivas adotadas no Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraná. O ministro Barroso, porém, negou o pedido, argumentando que os estados e munícipios têm a prerrogativa para adotar as determinações.