O governador Paulo Câmara, então secretário da Fazenda de Eduardo Campos, depois de ter sido titular das pastas de Administração e Turismo, foi eleito em 2014 sem almejar o cargo. Ele foi ungido por Eduardo após uma disputa fratricida entre postulantes ao cargo, e acabou caindo no colo de Paulo a indicação.
A vitória de 2014 teve o reconhecimento do povo pernambucano ao exitoso governo Eduardo Campos e o fatídico acidente que vitimou o ex-governador impulsou Paulo Câmara rumo ao Palácio do Campo das Princesas. Naquela ocasião, Paulo tinha o aparato de uma robusta Frente Popular e um claro desejo de continuidade. Apesar disso, ele pegou quatro anos de muitas dificuldades, no meio do caminho um impeachment e a troca de governos, porém, o fato comum de ele estar como oposição tanto a Dilma Rousseff quanto a Michel Temer, o que agravou a dificuldade para entregar resultados aos pernambucanos.
Mesmo com tantos problemas, Paulo Câmara viu a Frente Popular reeleger Geraldo Julio em 2016, no primeiro desafio sem Eduardo Campos e a comoção da sua morte, e teve o seu maior teste de fogo em 2018 quando precisou fazer muita articulação política antes de entrar efetivamente na disputa. Paulo, visto por muitos como técnico, mostrou que tinha sensibilidade política e capacidade de ler o jogo. Acabou vencendo no primeiro turno e contrariando aqueles que apostaram que ele estava inviabilizado.
Empossado ontem para o segundo mandato, o governador terá quatro anos para arrumar ainda mais a casa e fazer as entregas que não foram possíveis entre 2015 e 2018. Se lograr êxito na empreitada, Paulo Câmara, que ainda é jovem, terá condições de trilhar um caminho longevo na política pernambucana, uma vez que é nítida a sua capacidade de unir e de trabalhar por Pernambuco. (Edmar Lyra)