A direção nacional e executiva do PT já definiram que a prioridade da sigla será o fortalecimento do palanque nacional do partido. Resolução das instâncias partidárias já definiram que a discussão nos estados ficará em segundo plano e vai depender da estratégia nacional. Neste sentido, não interessa aos petistas uma nova posição de independência do PSB no cenário nacional, a exemplo de ocorreu em 2018. Naquele ano, os socialistas adotaram a neutralidade na disputa presidencial em troca de apoio dos petistas em alguns estados, incluindo Pernambuco. A estratégia visava isolar o então candidato a presidente Ciro Gomes (PDT).
A leitura nas hostes petistas é de que Lula e o partido não aceitarão o mesmo acordo em 2022 e que somente interessa a legenda um apoio formal em uma mesma coligação. “A aliança com o PSB teria que ser dentro de um compromisso nacional. Lula está conversando dentro do projeto nacional e não de independência porque isso (posição independente) não vai trazer força para o palanque nacional do PT”, avaliou o presidente estadual do PT, Doriel Barros. A ideia é que, a partir da aliança nacional, socialistas e petistas passem a discutir a conjuntura nos estados. “A partir da aliança nacional, vamos poder avaliar onde o PT pode contribuir com o PSB e onde o PSB pode contribuir com o PT”, avaliou. Em Pernambuco, as tratativas para a aliança avançam e são tocadas pelo vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara. Ele mantém uma boa interlocução com Lula e também estreita a relação com petistas pernambucanos. Doriel Barros, o senador Humberto Costa (PT) e o deputado federal Carlos Veras (PT) são os nomes mais próximos do Palácio das Princesas. A avaliação dos dois lados é que, se as articulações seguirem na mesma linha, a tendência é que as siglas estejam no mesmo palanque, sem independência.