O PT vai começar a exigir mais lealdade do PMDB. A legenda estuda cobrar do partido aliado que exija de todos os seus líderes, em “estados estratégicos”, um engajamento maior na reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). A ideia é minimizar os efeitos de casos como o da executiva estadual da sigla “amiga”, que após ter delegado as decisões ao senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), se viu comprometida com a pré-candidatura do ex-governador Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República.
Os petistas argumentam que a liberação de alianças regionais prejudica a reeleição de Dilma Rousseff e pode dar força aos adversários da presidente, como Eduardo Campos e Aécio Neves (PSDB).
O alto comando do Partido dos Trabalhadores finalizou, na noite de ontem (20), uma lista que avalia quais os estados “mais problemáticos”. Entre os citados, além de Pernambuco, estão Rio Grande do Sul, Bahia, Acre e Rio de Janeiro.
Em solo pernambucano, a notícia pegou alguns peemedebistas de surpresa. O deputado federal e pré-candidato a vice-governador na chapa do ex-secretário Paulo Câmara (PSB), Raul Henry, disse que a hipótese é nula. “Isso acontecer [apoiar a reeleição de Dilma Rousseff]? A hipótese é zero. Não é só Pernambuco que adotou uma postura diferente ao palanque do PT. O partido tem esta mesma opinião em estados como Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro”, declarou o parlamentar.
Apesar de “remota”, a possibilidade da intervenção da direção nacional do PMDB em Pernambuco começou a ser ventilada no final do ano passado. O prefeito de Petrolina, Julio Lossio, chegou a declarar que estava à disposição do partido para concorrer ao governo estadual. O gestor inclusive apresentou uma carta enviada à executiva nacional narrando sua experiência, quando ressaltou que tinha a intenção de dar sustentação ao palanque de Dilma Rousseff. Apesar dos esforços, a iniciativa não seguiu adiante. (Diário de Pernambuco)