O PT se reunirá no próximo dia 2, quinta-feira, às 17 horas em Recife para decidir se vai seguir com candidatura própria ou se vai se aliar ao PSB. Não existe mais essa questão de a direção nacional intervir em nada. O que ficar decidido quinta-feira será fechado por um simples fato: O PT deixou de ser um partido que está priorizando a aliança nacional, para dar prioridade onde tem seus governadores, ou chances reais de conquistar o governo. Pela primeira vez na história o PT tem chances reais de chegar ao comando do Palácio do Campo das Princesas,através da candidatura da vereadora Marília Arraes. Nunca antes o partido sentiu tão de perto o favoritismo em uma eleição estadual como agora. E não existe exemplo melhor de que o PT estadual é quem vai dar às cartas como os nossos estados nordestinos.
No Ceará, pelo benefício da reeleição do governador Camilo Santana (PT), o partido abriu mão da candidatura à reeleição de José Pimentel (PT) um dos seus fundadores naquele estado. Em troca, o governador receberá o apoio de nada mais nada menos que Eunício Oliveira do MDB de Michel Temer. Ora, o MDB vai entregar o seu tempo de TV ao PT para fazer campanha para Lula? Não. Ali o PT agiu em benefício da candidatura própria do seu governador. Outro estado que o PT segue fazendo alianças para o benefício do seu governador é o Piauí de Wellington Dias, que é pré-candidato a reeleição. Lá, a chapa está fechada com Marcelo Castro do MDB e Ciro Nogueira do PP. Um apoiando Meireles e o outro, Alckmin.
Se nesses estados, o PT priorizou os seus governadores em detrimento de candidaturas até mesmo históricas, que dirá aqui em Pernambuco, onde a sua pré-candidata tem um percentual nas pesquisas iguais ao do governador que já tem 3 anos e 7 meses de um governo que foi a continuidade de 8 anos de outro do PSB. 300 delegados petistas de todas às regiões do estado vão decidir se o PT terá candidatura própria no estado ou se ficará à reboque do PSB indicando Humberto para aliança como candidato à reeleição. O PT não esteve apenas perto de decidir se vai caminhar com suas próprias pernas, mas se vai continuar existindo no estado ou não. Marília deu ao PT a cara que o partido não tinha em Pernambuco se tornando um fenômeno eleitoral. O grande problema: Cresceu mais do que Humberto esperava, tanto que o senador não consegue mais vencê-la. Se Marília tivesse ficado quieta, já teria sido rifada.
Mas ela recebeu apoio de Lula e da direção nacional para colocar sua pré-campanha no ar. Marília viu o vácuo no estado por falta de uma oposição coesa, e soube crescer junto à militância que nunca esteve tão animada como está agora para a campanha. Como não posso adivinhar o resultado de uma eleição pois todas têm suas caixinhas de surpresa, não posso dizer que Marília Arraes está ou será eleita. Mas que será uma grande campanha a disputa entre Paulo Câmara, Armando Monteiro e Marília Arraes, isso eu posso garantir. Aguardemos pois os próximos capítulos desta novela. (Blog Silvinho Silva)