Coluna do Estadão – Alberto Bombig
O pragmatismo que o Centrão impôs a Jair Bolsonaro encontrou uma pedra no caminho: o partido do presidente. Apesar de um inédito acordo unindo o poderoso bloco a Rodrigo Maia e aos interesses do Planalto para votar em plenário a MP que tira o Coaf de Sérgio Moro, o PSL se recusou a matar no peito o mico de pregar em discurso o combate à corrupção e, na prática, virar as costas a Moro. A sigla decidiu por obstruir a votação e agora quer ver o Planalto dividir publicamente a conta do desgaste ou se empenhar de verdade em ajudar o ministro.
Melhor dos cenários. Na articulação do governo, o episódio foi tratado como sendo “do jogo da democracia”, mas cada dia a mais de obstrução é um dia a menos para aprovar a MP. Há esperança de fechar um acordo na próxima semana.
Sem o PSL, os deputados que defendem o Coaf com Moro, a Funai com Damares e a Integração Nacional como está não chegariam a 30.
Onyx Lorenzoni, Major Vitor Hugo e Maia ligaram para os rebeldes pedindo acordo na votação. Sem sucesso. O ministro disse que é melhor Moro perder o Coaf do que a medida caducar (em 3 de junho).