Apesar de o PTB integrar a coligação nacional do PSDB liderada pela candidatura presidencial de Geraldo Alckmin, o senador Armando Monteiro não vinha dando mostras de que levaria para o seu palanque a candidatura tucana. O episódio da visita de Armando ao ex-presidente Lula acabou gerando ruídos na aliança com um risco real de Bruno Araújo levar o PSDB a uma candidatura própria, tirando o principal partido da coligação de Armando.
A turma do “deixa disso” entrou em campo e tentou intervir junto a Bruno Araújo no sentido de manter a tropa unida em torno do projeto liderado por Armando Monteiro. Precisou haver uma conversa entre Bruno e Geraldo Alckmin e depois outra entre o presidenciável e Armando Monteiro no sentido de bater o martelo para que tudo voltasse a como estava há duas semanas quando o PSDB passou a sinalizar o desejo de lançar Bruno Araújo para a chapa majoritária.
No fim das contas Bruno Araújo garantiu o empenho de Armando Monteiro ao projeto presidencial de Geraldo Alckmin e ainda ficou praticamente sacramentada a presença de um nome do PSDB na vaga de senador, que poderá ser o próprio Bruno Araújo. Mesmo tendo um desfecho relativamente positivo, uma fonte tucana avalia que nada disso teria acontecido se Armando tivesse sinalizado positivamente para a candidatura de Bruno a senador quando houve gestos neste sentido e se Armando não tivesse feito aquela viagem à Curitiba para visitar o ex-presidente Lula.
Quem saiu no lucro foi Geraldo Alckmin, que no plano nacional ganhou o apoio do centrão e em Pernambuco conquistou um palanque robusto que poderá lhe garantir uma quantidade razoável de votos no estado. Para quem não tinha sinalização de apoio no estado, qualquer resultado que seja melhor do que o obtido por Aécio Neves em 2014 estará de bom tamanho. (Por Edmar Lyra)