O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, desembarca nesta quinta-feira na capital pernambucana para participar de um encontro do partido liderado pelo deputado federal André de Paula. Em 2011 quando o partido começou a ser formatado por lideranças egressas em sua maioria do PFL, em Pernambuco Kassab solicitou a Eduardo Campos um nome que pudesse tocar o partido, e o então governador prontamente sugeriu André de Paula, um quadro que construiu uma brilhante trajetória na política pelo PFL, mas que no ano anterior não havia conseguido a reeleição para a Câmara dos Deputados.
Entre 2012, ano de fundação do PSD, e 2018, foram quatro eleições em que o partido foi formalmente aliado do PSB. Nas quatro ocasiões, o PSB saiu vitorioso e o PSD sempre foi considerado um importante aliado tanto na prefeitura do Recife, comandada por Geraldo Julio, quanto no governo de Pernambuco, comandado por Paulo Câmara, mas foi depois da eleição que a relação entre os dois partidos não foi mais a mesma, uma vez que o governador, legitimamente, vale ressaltar, fez uma escolha pessoal pelo deputado estadual Rodrigo Novaes para a secretaria de Turismo.
A escolha de Rodrigo, que é um dos melhores quadros da política pernambucana, não pôde ser considerada uma escolha partidária, uma vez que o PSD tinha outros quadros para apresentar para o secretariado. O desfecho deixou o PSD livre para trilhar o caminho que bem entender em 2020. Evidente que a aliança entre os dois partidos poderá ser mantida no ano que vem, mas pelas próprias declarações de Kassab, o seu partido caminha para apresentar uma candidatura própria a prefeito do Recife.
Essa candidatura, que poderá ser representada por André de Paula, o principal nome do partido em Pernambuco, garantiria um protagonismo político ao partido em 2020, uma vez que a legislação mudou e os partidos precisarão de candidaturas próprias para fortalecer suas chapas diante da proibição das coligações proporcionais. Caso se confirme a candidatura própria do PSD, estará se findando uma aliança de oito anos que foi boa para os dois partidos, mas talvez seja chegada a hora do divórcio devido a relações litigiosas que poderiam ser evitadas se o diálogo tivesse prevalecido. (Edmar Lyra)