Renata Bezerra de Melo/Folha de Pernambuco
Aquilo que só o deputado federal Tadeu Alencar verbalizou em público, nos bastidores do PSB, passou a ser definido como “consenso”. Em outras palavras, socialistas já não omitem, em conversas reservadas, que um “ciclo se fechou no último domingo”, durante o 15º Congresso Estadual do partido.
O encerramento desse ciclo é representado, segundo fontes da legenda revelam , exatamente, pela ausência do secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, no ato. O detalhe é que, por mais que ele viesse negando que concorreria à sucessão do governador Paulo Câmara, ainda pairava, não só no partido mas também na base aliada, uma dúvida se, de fato, era verdadeira e intransponível essa decisão.
Geraldo não só levou falta no evento, como, originalmente, a programação do congresso incluía uma moção de apoio ao nome dele como cabeça de chapa do PSB. Segundo correligionários relatam, no entanto, houve recuo nesse movimento depois que o ex-prefeito do Recife, ao tomar conhecimento previamente de tal iniciativa, teria reforçado, à direção do partido, não ter mesmo disposição para a corrida.
Em função disso, os planos foram alterados: a moção acabou substituída por uma resolução, determinando a candidatura própria do partido na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas, em qualquer circunstância, mas sem definir nome. Resultado: o que ganha eco, agora, nas coxias do PSB, é que “a não ida de Geraldo é simbólica encerrou um ciclo e zerou o jogo”.
Outra fonte governista, sob sigilo, assinala: “Se alguém tinha alguma dúvida se Geraldo ia ser candidato, essa dúvida não existe mais, nem dentro do partido e nem na própria base aliada”. Com tal indicativo, socialistas, agora, questionados sobre qual seria o plano B, devolvem: “Boa pergunta!”. À coluna e no Congresso do partido, Tadeu Alencar fez alerta, exatamente, para a necessidade de uma definição do nome do PSB que concorrerá a governador sob risco de o tempo jogar contra.