Renata Bezerra de Melo/Folha de Pernambuco – Nos bastidores da Frente Popular, a bolsa de apostas é crescente. Não só socialistas, mas representantes do centro têm tratado, em conversas reservadas, das chances de o deputado federal Wolney Queiroz vir a ser o vice na chapa encabeçada por Danilo Cabral. O movimento caberia, dizem as fontes envolvidas, tanto para o caso de Teresa Leitão ocupar a vaga do Senado como para um cenário em que o escolhido fosse André de Paula.
Como a coluna antecipara anteontem, o PT decidiu com aval de Lula, durante reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) nacional, reivindicar o Senado e indicar Teresa para concorrer. A definição, já comunicada ao governador Paulo Câmara, esbarra nos planos do gestor de fazer André candidato à Casa Alta.
Ciente da decisão do PT desde a última quarta, mesmo dia da reunião do GTE, o chefe do Executivo estadual ganha tempo, agora, para arrumar as peças internamente. É nesse cenário que a vice começa a ficar sob holofotes. Não é a primeira vez que Wolney figura em situação de eventualmente ocupar o cargo.
Ainda com Eduardo Campos governador, houve condição favorável também, possível de ser viabilizada pelo PDT. Na época, o ex-governador tinha projeto de concorrer à Presidência da República, o que acabou inviabilizado pelo trágico acidente aéreo do qual acabou vítima em 2014.
Naquele momento, o pedetista teria, por exemplo, chances mais claras de assumir o Governo do Estado. Mesmo assim, não houve movimento dele no sentido dessa construção. Wolney preside o PDT-PE e também foi convidado a ingressar no PSB, convite do qual declinou recentemente, a despeito do desafio de montar chapa proporcional diante da proibição das coligações.
Houve cautela, nessa decisão, que envolveu a manutenção da autonomia que o parlamentar detém no comando de sua sigla. No Palácio das Princesas, se diz que a variável Wolney, hoje, para vice “é uma possibilidade”. Outra ala da Frente Popular fala que o pedetista “surge com força” para a vaga.
A precedência, no entanto, dada a decisão do PT de indicar Teresa para o Senado, é de André de Paula. Então, se André aceitar, repisam socialistas, o assunto está encerrado. Caso contrário, convencer Wolney seria outra missão. Quem acompanha as movimentações observa que há resistência latente.