PSB diz que defenderá Eduardo Campos e atribui denúncias à disputa eleitoral…

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O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse neste sábado que o partido vai defender o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, citado como uma das autoridades que participou de um esquema bilionário de pagamento de propina envolvendo a Petrobras. Para o dirigente, que desqualificou a acusação, a citação do nome de Campos pelo ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, é resultado da disputa eleitoral e do risco de PT e PSDB, partidos que têm se alternado no controle da administração federal, perderem as eleições de outubro. “Não há acusação digna de honesta consideração. Há, apenas, malícia”, resumiu.

“O esquema perverso engendrado para desgastar a imagem de Eduardo Campos tem origem no espectro da derrota próxima daquelas forças que há 20 anos sustentam uma polarização política artificial, cujo único objetivo é assegurar o poder pelo poder, usufruído de forma indecorosa”, disse Amaral em nota. Para ele, a imprensa associou o nome do ex-governador a “uma malta de velhas e conhecidas raposas da velha política, no esquema sujo de corrupção na Petrobras”.

Campos era o candidato à Presidência da República pelo PSB, morreu em um acidente aéreo no dia 13 de agosto e, com isso, a ex-senadora Marina Silva passou a ser a candidata da legenda ao Palácio do Planalto. Desde a tarde de sexta-feira, a cúpula do partido tem mantido reuniões internas para monitorar as revelações de Paulo Roberto Costa. A avaliação é de que as denúncias respingarão na campanha de Marina. Na tarde deste sábado, a candidata utilizou o programa partidário na TV para atacar a administração petista na Petrobras e disse, em recado direto ao governo federal, que o dinheiro resultado da exploração do pré-sal não será utilizado “para corrupção”. Em campanha na Bahia, ela também defendeu Eduardo Campos.

Para defender o ex-candidato à Presidência das acusações feitas por Paulo Roberto Costa, o PSB vai pedir à Justiça acesso ao conteúdo integral do depoimento do ex-diretor. Colhidos desde o dia 29 de agosto, os relatos do ex-dirigente que assinou um acordo de delação premiada, já renderam mais de 40 horas de conversas gravadas. Reportagem de VEJA que chega às bancas neste fim de semana revela que o rol de citados pelo delator inclui três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal. De acordo com depoimento de Paulo Roberto Costa, o esquema funcionou nos dois mandatos do ex-presidente Lula, mas também adentrou a atual gestão da presidente Dilma Rousseff. 

Ataques — Em nota, o PSB informou ainda que, durante o embate entre governo e oposição para instalar, ainda em meados de março, o ex-governador Eduardo Campos já havia defendido as investigações contra a estatal brasileira de petróleo e disse que “a desmoralização da Petrobras só interessa aos que ainda perseguem a desnacionalização do pré-sal”. O embate sobre os recursos obtidos a partir da exploração do petróleo encontrado na camada pré-sal tem levado as candidatas Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) a ataques mútuos ao longo da campanha.

“Continuaremos nossa campanha eleitoral que já se avizinha como vitoriosa – para o desespero dos muitos que não mais poderão explorar os recursos públicos em proveito pessoal e de projetos político-partidários. Permaneceremos, como sempre, fiéis defensores do monopólio estatal do petróleo, em defesa da Petrobrás e em defesa do pré-sal como elementos essenciais de nosso projeto de independência e soberania nacional. Mas não descuidaremos do combate à corrupção”, disse Roberto Amaral. (Veja)