LeiaJá – Na manhã desta segunda-feira (16), o Recife amanheceu travado por uma série de protestos simultâneos. Condutores enfrentaram dificuldades em achar alternativas para fugir dos pontos de bloqueio.
Há registro de, pelo menos, cinco protestos em importantes avenidas de acesso para o fluxo da cidade. Manifestantes atearam fogo em pneus e entulhos para impedir a passagem do trânsito. Informações dão conta que as mobilizações são contra a lei municipal de tração animal, que impede o uso de animais para transporte de cargas, e prevê a criação de um cadastro junto à prefeitura.
O Corpo de Bombeiros registrou um bloqueio no cruzamento da Avenida Norte com a João de Barros às 7h45. Também há registro de protestos Avenida Recife; na Avenida Agamenon Magalhães; em Peixinhos, em Olinda, e na BR-101, próximo ao Viaduto de Jardim São Paulo.
Veículo de tração animal vira embate político
Aprovada em 2013, a Lei Municipal 17.918, que proíbe veículos de tração animal no Recife, volta à Câmara nesta segunda (16). Doze anos após a aprovação, o vereador Rodrigo Coutinho (Republicanos) convocou uma audiência pública, às 15h, para reabrir o debate sobre a transição do cumprimento da lei.
O deputado estadual Romero Albuquerque (União), defensor dos animais e opositor à atividade dos carroceiros, classificou os protestos como vandalismo.
“Isso não é protesto, é vandalismo. O Recife não pode ser refém de uma minoria que insiste em explorar os cavalos em pleno 2025. A Polícia Militar precisa agir com firmeza para garantir o direito de ir e vir da população e proteger o patrimônio público e privado”, cobrou.
Romero ainda criticou diretamente o vereador Rodrigo Coutinho por restabelecer a discussão. Na sua visão, a iniciativa de Coutinho incentivou os protestos desta segunda.
“Não há mais debate a ser feito. A lei foi discutida, regulamentada, está em execução. O vereador que tenta surfar politicamente em cima do sofrimento animal precisa ser responsabilizado. Esse oportunismo encorajou o caos”, apontou.