Os professores da rede estadual de ensino de Pernambuco decidiram finalizar a greve deflagrada no dia 29 de maio. A decisão foi tomada em assembleia da categoria realizada no Teatro Boa Vista, área Central do Recife. Em votação, a maioria absoluta escolheu pelo fim da greve e as aulas já voltam ao normal nesta terça-feira (9).
A categoria aprovou a assinatura de acordo negociado com o Governo de Pernambuco. Na proposta, foi estabelecido um reajuste de 7,1%, pago em três parcelas. Sendo 2% em junho, 2% em agosto. A última parcela deve ser quitada em outubro. A categoria pedia inicialmente um aumento de 13,01%.
Além disso, foi estabelecido um aumento no valor do vale-refeição para os profissionais que trabalham 200 horas-aulas. O vale passa dos atuais R$ 7 e será de R$ 11,20 a partir do mês de agosto.
Sobre a multa aplicada ao sindicato pelos dias de paralisação, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) informa que deve acontecer uma reunião com representante do Governo para que ela seja negociada. O valor da multa está em cerca de R$ 1,5 milhão.
Mesmo com a suspensão da paralisação, o Sintepe informa que as reivindicações da categoria permanecerão acontecendo, ainda que com os profissionais em sala de aula.
HISTÓRICO DO MOVIMENTO GREVISTA – A greve atingiu cerca de 650 mil alunos matriculados na rede estadual de Pernambuco para o ano letivo de 2015. As negociações entre o Governo de Pernambuco acontecem desde abril deste ano, quando o primeiro movimento grevista foi decretado. Na ocasião, os professores permaneceram com as atividades suspensas por 24 dias.
A primeira paralisação aconteceu no dia 10 de abril, depois de uma assembleia que foi realizada com a presença de mais de 1.500 pessoas.
REIVINDICAÇÕES DA CATEGORIA – Dentre as principais reivindicações dos professores estão o cumprimento da Lei do Piso Salarial (11.738/2008), que garante o reajuste de 13,01% a todos os professores da rede e não apenas aos profissionais com nível médio, como determina o projeto aprovado pela Assembleia Legislativa (Alepe) no último dia 31 de março.
Nos primeiros dias da paralisação, o governador Paulo Câmara determinou o corte do ponto dos profissionais que aderissem ao movimento grevista. Além disso, a portaria publicada sobre essa questão também previa a rescisão de contratos temporários e a troca de postos de trabalho dos professores de escolas de referência que participem da greve.
A postura do governador gerou ainda mais protestos da categoria e de boa parte dos alunos, que passaram a acompanhar os atos do Sintepe, demonstrando apoio aos professores. (Ne10)