Blog Magno Martins – Uma análise de alguns arquivos nas urnas eletrônicas, de fato, mostra a ausência de alguns números de identificação, como diz o PL. No entanto, o problema pode ser resolvido com um simples cruzamento de dados. A avaliação é do professor e pesquisador do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da USP, Marcos Simplício.
Em entrevista ao Poder360, Simplício afirma haver um “bug” nos registros internos (logs) que impossibilita a identificação do número da urna dos modelos antigos. Apesar disso, estão nesses logos o número da urna, o município, a zona e a seção eleitoral. Com essas informações, é possível encontrar o número da urna.
A declaração do professor se dá depois da fala do presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, na tarde de ontem. Em vídeo, ele afirmou que 250 mil urnas não têm um número de identificação. Por esse motivo, “várias” não deveriam ser consideradas.
“É no Brasil inteiro. São as urnas de 2020 para baixo, são as urnas antigas. Todas elas têm o mesmo número, não têm patrimônio, não tem como controlar a urna. Você vai checar a urna antes da eleição, são todas com o mesmo número”, disse Valdemar, sem apresentar explicações sobre a forma que a falta de numeração física nem dentro dos registros internos (logs) dos equipamentos teria supostamente prejudicado as eleições.
Presidente do partido do atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), Valdemar disse não querer “tumultuar a vida do país” e que não irá propor uma nova eleição, mas que as urnas terão de ser revistas e que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) irá decidir.
Apesar das alegações de Valdemar, o TSE diz que as urnas têm lacres de segurança autoadesivos, com uma numeração sequencial de 7 dígitos. Depois de aplicados os lacres, a sua retirada deixa evidências, o que releva a tentativa de violação ou falsificação.
No pleito deste ano, foram utilizados 577.125 equipamentos de 6 modelos distintos. Desses, 224.999 eram as urnas eletrônicas em seu modelo mais recente, o de 2020. O restante é dos anos de 2015 (95.885), 2013 (30.142), 2011 (34.998), 2010 (117.817) e 2009 (73.284).