Para o economista Rodolfo Margato, do banco Santander, a economia tende a começar a se estabilizar somente a partir do segundo semestre de 2017, mas ainda de forma insuficiente para inverter a queda dos principais indicadores da economia. “Tudo vai depender também de todo o imbróglio fiscal [capacidade do governo de equilibrar as contas públicas e controlar sua dívida], que aumenta a percepção de risco do Brasil e tem impacto na expectativa de melhora da atividade econômica”, diz. “Deve haver um crescimento moderado do PIB em 2017 por causa da perda de competitividade, que ocorre ao longo dos anos, e da necessidade de reformas estruturais não realizadas.”
Na visão de oito economistas consultados, a queda no PIB deve ficar entre 2% e 3% neste ano . O crescimento previsto para o ano que vem fica entre 0,9% e 1,8%. “Se o PIB desaba, o mercado formal desaba”, diz Silvia Matos, pesquisadora da FGV/Ibre. “Vamos recolher em 2016 os resultados da maior recessão em 25 anos e de uma inflação de dois dígitos. É algo que não se via no Brasil desde 2003″, completa. Fábio Pina, assessor econômico da Fecomercio-SP, destaca que o número de desempregados em 2016 deve ser ainda maior se for considerado o contingente de 1,5 milhão de pessoas que ingressam por ano no mercado de trabalho. “Não serão só 2 milhões de desempregados em 2016 por causa de empregos eliminados. Pelas nossas projeções são 3,5 milhões, se incluídos os que entram no mercado todo ano. É um número assustador”, diz.