A presidente Dilma Rousseff (PT) escolheu o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para ocupar o cargo deixado por Graça Foster na presidência da Petrobras. Ela e outros cinco conselheiros pediram demissão do cargo na quarta-feira.
O Conselho de Administração da companhia, presidido pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, está reunido na manhã desta sexta-feira para a escolha dos nomes que vão compor a diretoria da estatal.
Praticamente fora do Banco do Brasil desde o final do ano passado, o presidente da instituição Aldemir Bendine trabalhava para permanecer no governo, possivelmente indo para o BNDES ou alguma outra estatal de prestigio.
Bendine tem trânsito no mercado financeiro, especialmente entre os grandes bancos, mas é considerado mais um político do que um executivo técnico. Tem pouco conhecimento de finanças.
Por outro lado, preservou a boa governança e relativa transparência do Banco do Brasil. Soube se cercar de executivos competentes nas áreas importantes como financeira, gestão de recursos, varejo, seguros, cartões e grandes empresas e investimentos (atacado).
Coleciona sucessos como a abertura de capital da BB Seguridade, braço de seguros da instituição que levantou R$ 11 bilhões na Bolsa, impulsiona na internacionalização do banco, além da ofensiva na redução dos juros ao consumidor, no início do primeiro mandato do governo Dilma.
Várias vezes afirmou que a função do banco público não era dar lucro como nas instituições privadas, o que pode lhe custar caro na Petrobras num momento que se espera uma recuperação na credibilidade.
Nos últimos meses, sofreu forte desgaste no governo. Conforme a Folha de S.Paulo revelou em outubro do ano passado, durante a gestão de Bendine, o Banco do Brasil concedeu empréstimo de R$ 2,7 milhões à socialite e amiga do executivo Val Marchiori, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, contrariando normas internas das duas instituições.
Marchiori tinha restrição de crédito por não ter pago empréstimo anterior ao BB e também não apresentava capacidade financeira para obter o financiamento, segundo documentos internos do BB obtidos pela Folha. (Folha de S. Paulo)