“Eu realmente estou preocupado. Acho que os prefeitos não têm mais de onde cortar. Aqui em Pernambuco, mais de 130 municípios ultrapassaram o limite de pessoal. Então há uma perspectiva para o próximo ano de, inclusive, demitir efetivos.” O diagnóstico é de Eduardo Tabosa (PSD), primeiro secretário da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e prefeito de Cumaru, no Agreste pernambucano. Ele acredita que, na maioria dos casos, os gestores já adequaram o que podiam nas folhas de pagamento, cortando comissionados e contratados e, por isso, se a situação se agravar, os prefeitos vão ter que recorrer a um corte de efetivos em pleno ano eleitoral.
O medo vem do cenário de não recuperação da economia. As principais fontes de recurso dos prefeitos são o FPM, formado pelo IPI e pelo Imposto de Renda, e o ICMS; impostos que dependem do aquecimento da economia e do aumento da renda no país. Por isso, ele aposta na articulação de governadores e prefeitos para que o Congresso aprove a recriação da CPMF, um tributo que seria emergencial para manutenção das prefeituras.
“Aos prefeitos que vão disputar a reeleição, eu tenho dito que eles precisam pagar a folha, manter a saúde e a educação funcionando. Até porque não tem mais o que fazer, também. Agora, tem prefeitos já tendo que pagar a folha no próximo mês. Vai ser um ano muito complicado, os prefeitos vão ter que tomar medidas muito duras, e a população, muitas vezes não entende”, conta. (Jornal do Commercio)