Em meio a mais um capítulo da vacinação no Brasil, o país enfrenta a falta de imunizantes e a falta de um plano de vacinação. A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) enviou, nesta terça-feira (16), um pedido ao governo federal cobrando o cronograma com prazos e metas estabelecidos por grupos para a vacinação contra a COVID-19.
“É urgente que o país tenha um cronograma com prazos e metas estipulados para a vacinação de cada grupo: por faixa etária, doentes crônicos, categorias profissionais etc. Isso depende, inclusive, da retomada da economia, da geração de emprego e renda da população”, diz a nota da FNP.
No documento, os prefeitos culpam “sucessivos equívocos do governo federal” na coordenação do enfrentamento à COVID-19 pelos erros ligados à condução do Plano Nacional de Imunização. Segundo eles, a má condução está diretamente ligada à escassez e à falta de doses de vacinas em cidades de todo o país.
“Que o Brasil não soube lidar com a pandemia, não restam dúvidas, mas prefeitas e prefeitos, que sempre solicitaram e incentivaram a organização nacional, agora exigem respostas”, escrevem.
No texto, o grupo também critica o decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na última sexta-feira (12/02), que flexibiliza a aquisição de armas e munições.
“Isso é um desrespeito com a história dos mais de 239 mil mortos e uma grave desconsideração com a população. Prefeitas e prefeitos reafirmam que a prioridade do país precisa ser, de forma inequívoca, a vacinação em massa.”
Reunião
Foi solicitada pela Frente Nacional de Prefeitos uma reunião entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e mais de 130 governantes das médias e grandes cidades do país.
O ministro deve se encontrar nesta quarta-feira (17) com os governadores para discutir o cronograma de entrega de vacinas contra a COVID-19. O encontro foi divulgado no Twitter pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Os governadores devem cobrar de Pazuello rapidez na aquisição de novas remessas. Segundo Dias, será discutido na reunião o financiamento de UTIs em 2021 e também a situação da Sputnik V, vacina desenvolvida na Rússia.
Leia a nota da FPN na íntegra:
“Os sucessivos equívocos do governo federal na coordenação do enfrentamento à COVID-19, e também na condução do Plano Nacional de Imunizações, estão diretamente ligados à escassez e à falta de doses de vacinas em cidades de todo o país. Que o Brasil não soube lidar com a pandemia, não restam dúvidas, mas, prefeitas e prefeitos, que sempre solicitaram e incentivaram a organização nacional, agora exigem respostas.
É urgente que o país tenha um cronograma com prazos e metas estipulados para a vacinação de cada grupo: por faixa etária, doentes crônicos, categorias de profissionais etc. Disso depende, inclusive, a retomada da economia, a geração de emprego e renda da população.
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) solicitou, no dia 14 de janeiro, em reunião entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e mais de 130 governantes das médias e grandes cidades do país, encontros para o acompanhamento das imunizações no país. Na ocasião, ficou acordado que a cada 10 dias o ministro se reuniria com a comissão de prefeitos. Desde então, passados mais de 30 dias, nenhum agendamento foi feito.
Por isso, a FNP reitera que não é momento para discutir e avançar com a pauta de costumes ou regramento sobre aquisição de armas e munições. Isso é um desrespeito com a história dos mais de 239 mil mortos e uma grave desconsideração com a população. Prefeitas e prefeitos reafirmam que a prioridade do país precisa ser, de forma inequívoca, a vacinação em massa.”