Correio Braziliense
Após deixar claro que o cartão vermelho que o presidente Jair Bolsonaro ameaçou dar ontem (15/9) não era para ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou, em live, durante o evento Painel Telebrasil 2020, que a retomada do país em V é uma realidade e que a inflação dos alimentos e do material de construção é reflexo de maior consumo pelas classes beneficiadas pelo auxílio emergencial. “Prestem atenção nos sinais e não na barulheira”, disse.
“Quando eu falava que a retomada do Brasil seria em V, diziam que era otimismo. Agora é realismo, porque a economia está voltando em V, reagiu bem às medidas e à prorrogação do auxílio emergencial”, afirmou. “Além disso, tem R$ 37 bilhões entrando do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), mais R$ 100 bilhões em crédito. A economia vai ser empurrada fortemente neste fim de ano. Já está reagindo bem”, assinalou.
Para o ministro, como o auxílio foi forte e houve extensão por mais quatro meses, além do crédito e do FGTS, houve enxurrada de dinheiro concentrada nos mais frágeis. “A pauta de consumo dos mais vulneráveis é alimento e tentar fazer a construção da sua casa. Está havendo um boom de construção na baixa renda e nos supermercados. Os mais pobres estão comprando, estão melhorando a condição de vida”, ressaltou.
Guedes reconheceu que há também efeito de exportações de alimentos e alta do dólar na inflação. “Mas vem uma supersafra pela frente. Abrimos as importações com tarifa zero, portanto essa alta é temporária. É um problema transitório. Inflação é quando a alta de preços é generalizada”, explicou.
“O preço do arroz está subindo porque eles estão comprando mais – está todo mundo comprando mais. Além disso, tem as exportações e subiu o dólar também”, argumentou o ministro da Economia, na live.
Boa surpresa
Várias medidas foram encaminhadas para destravar os investimentos e garantir que a retomada seja mesmo em V, pontuou o ministro. “Seguem as reformas, primeiro veio o marco do saneamento, agora o do gás, depois vem setor elétrico e cabotagem, concessões de petróleo. Tem toda uma agenda de investimentos em um cenários de juros baixos”, elencou.
“A construção civil vai ter um boom de cinco, 10 anos. Os prefeitos têm simplificado e acelerado os protocolos da construção civil, setor que está criando empregos no meio da crise”, completou. “A economia está voltando em V. Podemos ter uma boa surpresa no fim do ano.”