A Caderneta de Poupança perdeu, em apenas seis meses no Brasil, mais do que pagou de rendimentos em todo o ano de 2014. É como se ela tivesse voltado no tempo em termos de captação.
Em 30 de junho, a caderneta tinha menos dinheiro que tinha em 2014, depois de ter capitalizado os rendimentos. Em 2014, tudo que o sistema pagou aos poupadores somou R$ 31,7 bilhões. Em 2015, apenas de janeiro junho, ela perdeu R$ 36,1 bilhões.
No final do ano passado e depois de pagar os rendimentos, existiam R$ 522,3 bilhões na conta dos poupadores. Na terça-feira passada, haviam apenas R$ 503 bilhões. Os saques não só engoliram todos os rendimentos (R$ 17,8 bilhões), como ainda comeram mais R$ 18,6 bilhões do dinheiro que já estava depositado.
É preciso entender o que está acontecendo. Não são apenas os milhares de pessoas que estão tirando dinheiro para pagar suas contas pessoais e fugir de taxas como cartão de crédito. São os investidores de porte que estão levando blocos expressivos de dinheiro para outras aplicações.
Para se ter uma ideia do que isso quer dizer, basta observar que no mês de junho, em apenas cinco dias, houve captação positiva. Isto é mais pessoas depositaram do que pessoas sacaram.
Isso quer dizer que o sistema perdeu consistência. Se a tendência se mantiver, corremos o risco de voltar a ter no final deste ano de 2015 os mesmos valores que o país tinha em dezembro de 2013.
Ou seja: a poupança vai retroagir a dois anos quando tinha R$ 466,7 bilhões depositados depois de pagar os juros sobre os depósitos. (Jornal do Commercio)
