Victor Oliveira – Blog Os Divergentes
Nos últimos dias, com a resiliência da greve dos caminhoneiros, ganhou corpo em alguns segmentos da população, influenciadas por correntes no WhatsApp, a ideia de uma Intervenção Militar para resolver “a bagunça no país”. Os adeptos dessa alternativa parecem ter pouco apreço pelos direitos humanos, diversas vezes violados através de censura, tortura e mortes ocorridas durante o Regime Militar no Brasil, entre 1964 e 1985. Desta forma, faz-se necessário argumentar, tanto pela via institucional quanto econômica o quanto essa ideia apenas agravaria nossos problemas.
Inicialmente, é preciso dizer que ao contrário do que pregam narrativas políticas, o Brasil vive em um Estado Democrático de Direito. Embora não funcionem perfeitamente, nossas instituições cumprem o papel que lhes foi designado pela Constituição. Há pleno exercício das liberdades políticas, com direito à livre expressão e manifestação. Só para ficar em um exemplo recente, caso estivéssemos em um Estado de Exceção, o ex-Procurador-Geral da República Rodrigo Janot teria sido preso por conspiração contra o governo, devido ao conteúdo da delação premiada da JBS.
O episódio descrito demonstra um fortalecimento institucional do Brasil. E esse fortalecimento é crucial para criar um ambiente de previsibilidade nos negócios. Se partíssemos para uma nova aventura com intervenção militar, entraríamos de novo num mar de incertezas, com prováveis mudanças na Constituição, e nos diversos marcos regulatórios do país. Isso sem contar as sanções internacionais as quais seríamos submetidos com um governo anti-democrático.
Continua…