Polarização presidencial parece estabelecida até o domingo…

Na semana decisiva para a disputa presidencial, há uma clara estabilidade das candidaturas de Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas, e Fernando Haddad segundo colocado isolado, com significativa vantagem sobre o terceiro colocado Ciro Gomes. No final de semana tivemos duas manifestações, uma contrária a Jair Bolsonaro e outra favorável ao candidato do PSL, todas bastante volumosas que repercutiram muito na mídia e nas redes sociais.

Elas evidenciaram a polarização e principalmente a força das duas candidaturas, a de Bolsonaro, e a de Haddad, apesar de as manifestações contrárias ao candidato do PSL terem sido pluripartidária, ficou latente a preferência maciça pela candidatura petista que é quem reúne as melhores condições de chegar ao segundo turno.

Os dois principais candidatos merecem reconhecimento de suas respectivas forças, Jair Bolsonaro é candidato de um partido pequeno, o PSL, que possui apenas oito segundos no guia eleitoral e praticamente nenhuma inserção na propaganda eleitoral gratuita. Ele conseguiu canalizar parte significativa dos quase cinquenta milhões de eleitores que optaram por Aécio Neves em 2014 e que não se sentiram representados por Geraldo Alckmin na disputa deste ano. Fazia tempo que não se via tanta gente defendendo um candidato como defende seu clube de futebol, Bolsonaro virou uma ideia, um sentimento, um desejo, que somente o PT conseguia canalizar estas situações.

Já Fernando Haddad demonstra a força política do PT, que venceu as últimas quatro eleições presidenciais. O PT que deixou a presidência da República através de um impeachment, teve seu maior líder político preso por corrupção, ele liderou as pesquisas até ser retirado em definitivo da eleição, e conseguiu transferir de forma absurda a sua intenção de voto para Fernando Haddad. Hoje Haddad é um candidato com chances reais de chegar à presidência da República mesmo depois de ter perdido uma reeleição para prefeito de São Paulo. É sem dúvidas uma façanha incrível.

As duas candidaturas podem ter suas incoerências e inconsistências. Elas não são perfeitas e estão longe de representar a totalidade de pensamentos da sociedade brasileira, porém, elas foram competentes e estão legitimadas a chegar ao segundo turno pelo voto porque convenceram a maioria dos eleitores que sinalizam optar pelas duas candidaturas líderes nas pesquisas. (Edmar Lyra)