Demissões de ministros em razão de candidaturas eleitorais são fatos normais na política, mas as duas que atingiram o governo Temer em menos de uma semana são bastante estranhas. No mínimo porque Marcos Pereira, do PRB, e Ronaldo Nogueira, do PTB, deixam as pastas do Desenvolvimento Industrial e do Trabalho, respectivamente, para se candidatarem a deputados. E três meses antes do prazo exigido pela lei. Será que avaliaram que ficar no governo, a esta altura, pode tirar mais do que dar votos?
Diante da baixíssima popularidade de Michel Temer e do governo, faria sentido, não fossem as deformações do sistema político vigente, que leva candidatos ocupantes de cargos públicos a se agarrarem com todas as forças aos cargos até o último momento para usar a máquina a seu favor. Deixar um ministério assim, sem mais, contraria a lógica – viciada, é verdade – dos políticos brasileiros.
Continua…