A Polícia Federal (PF) apresentou, ontem , a conclusão do inquérito do acidente aéreo que matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em agosto de 2014, para as famílias de cinco das sete vítimas da queda do jato.
O encontro realizado no Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes/Gilberto Freyre, na Zona Sul da cidade, foi fechado à imprensa. Procurada, a corporação afirmou que não vai se pronunciar até que todas as famílias das vítimas tenham acesso ao resultado da investigação.
O delegado Rubens Maleiner – responsável pela investigação de acidentes aéreos como o que ocorreu com o ministro Teori Zavascki – esteve à frente das investigações. Em nome das famílias de Eduardo Campos, dos assessores Carlos Augusto Leal Filho e Pedro Valadares, do fotógrafo Alexandre Severo e do cinegrafista Marcelo Lyra, o engenheiro João Campos, filho do ex-governador de Pernambuco, mencionou algumas das informações passadas pelo delegado na apresentação do inquérito.
Segundo João, foram apresentadas quatro hipóteses para explicar o que pode ter ocorrido no momento do acidente. “O delegado fala em possível colisão ou desvio de um objeto, desorientação espacial dos pilotos e de falha mecânica no compensador ou no profundor, peças que ficam na cauda do avião. Dessas hipóteses, não há nenhuma prevalecente, ou seja, pode ter sido somente uma ou uma combinação de várias”, afirma.
Ainda de acordo com o filho do ex-governador, o delegado descarta a hipótese de sabotagem na aeronave. “Cabe agora a cada família olhar os autos do inquérito e, com muita serenidade, entender o que pode ser feito para evitar que outros acidentes como esse aconteçam”, diz.
Irmão de Eduardo, o advogado Antônio Campos também participou da reunião e conta que a hipótese principal é a de falha mecânica. “A mais provável é a falha no compensador do profundor, mas, como familiar de Eduardo, pretendo aprofundar esses detalhes e saber se essa falha técnica pode ter sido previamente preparada, o que não foi apontado aqui”, afirma.
A previsão da PF é de que, amanhã, o inquérito seja apresentado às famílias do piloto da aeronave, Marcos Martins, e do copiloto do jato, Geraldo Magela Barbosa da Cunha, em São Paulo. Apenas após esse encontro, a Polícia Federal deve se pronunciar oficialmente. O inquérito também deve ser remetido ao Ministério Público.