Diante do baixo desempenho do candidato Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial, nomes influentes do partido se organizam para tentar uma reviravolta na fase final da campanha. Em busca de votos perdidos ou não alcançados, os três governadores do partido que venceram em primeiro turno — Wellington Dias (PI), Rui Costa (BA) e Camilo Santana (CE) — se reuniram ontem nos respectivos estados, com dirigentes da legenda, deputados e outros apoiadores para organizar melhor as estratégias. Parlamentares eleitos também se articulam em outros estados para ampliar a margem de votos.
A rejeição de 47% do eleitorado ao petista, registrada ontem pelo Ibope, preocupa os correligionários de Haddad. Há ainda a “onda Bolsonaro”, que impede que alguns aliados demonstrem publicamente o apoio, com medo de perder votos, acredita um deputado federal recém-eleito. “Neste momento, pesa muito o interesse individual”, lamentou. Dos 28 candidatos a governadores dos 13 estados e do Distrito Federal que não liquidaram a fatura no primeiro turno, apenas três apoiam explicitamente Haddad: Fátima Bezerra (PT-RN), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e Capi 40 (PSB-AP). Bolsonaro conta com o apoio de 15. O resto está neutro ou não decidiu.
Os três governadores petistas eleitos garantem intensificar a mobilização. No Piauí, a agenda deve ser agitada a partir de agora, segundo um membro da campanha do governador. No estado, o ex-prefeito de São Paulo teve o maior percentual de votos do país no primeiro turno: 63,4%, contra 18,76% do capitão reformado do Exército. Wellington Dias se reuniu ontem com membros da campanha e disse acreditar que é possível ampliar essa diferença. Ele aposta em conquistar votos que tenham sido direcionados a candidatos de outras legendas no primeiro turno, inclusive a Bolsonaro.
Continua…