Por Wellington Silva/Folha de Pernambuco
Em entrevista à Folha de Pernambuco, o pesquisador da Fiocruz Pernambuco e doutor em biologia molecular Rafael Dhália, explica que ao tomar apenas uma dose da vacina contra Covid-19 a pessoa ainda não está protegida contra as formas graves da doença. Ele também fala sobre como as variantes do coronavírus podem afetar a eficácias dos imunizantes e quando devemos alcançar a imunidade coletiva no Brasil.
Por que é importante tomar as duas doses da vacina contra a Covid-19?
Os estudos de Fase 3 mostraram que a resposta imunológica contra o Sars-Cov-2 não se sustenta com apenas uma dose, sendo necessária uma segunda dose de reforço. Isso significa dizer que uma pessoa que tomou apenas uma dose não está protegida contra as formas graves da doença. Depois de um certo tempo, é como se não tivesse tomado nada. É um desperdício tanto para quem tomou, que não terá o benefício da proteção, como para o Programa Nacional de Imunização, pois pode-se considerar uma dose desperdiçada. Portanto, é de fundamental importância, para você que não tomou a segunda dose, procurar o posto de saúde para tomar a segunda dose de reforço.
As variantes do coronavírus podem afetar a eficácia da vacina?
Em linhas gerais, as vacinas que estão sendo usadas ainda são capazes de controlar as variantes, embora sejam menos efetivas para algumas delas. Dentre as cepas preocupantes, até o momento a mais resistente em relação às vacinas é a cepa da África do Sul. A vacina até agora mais efetiva contra esta cepa é a da Janssen (64% de eficácia). Várias empresas como Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Sinovac e Novavax estão desenvolvendo novas versões de vacinas adaptadas às variantes consideradas mais relevantes. O importante agora é vacinar com todos os imunizantes que já temos disponíveis, para controlar as variantes atuais e evitar que novas variantes apareçam.
E no Brasil quando vamos estar seguros? Quando teremos a imunidade coletiva?