Por Edmar Lyra – A disputa pelo governo de Pernambuco deste ano tem um caráter atípico em relação aos pleitos anteriores, que é o ano do mais longevo ciclo político de um partido na sua história, em 2022, o PSB completa dezesseis anos à frente do Palácio do Campo das Princesas, fato raro na democracia. Desde a redemocratização tivemos dez eleições para governador, desde a primeira em 1982, vencida por Roberto Magalhães, até a última em 2018, vencida por Paulo Câmara.
Uma curiosidade das eleições para o governo de Pernambuco é que em nove ocasiões o governador foi eleito em primeiro turno, e apenas em uma, 2006, o governador foi eleito na segunda etapa. O vitorioso foi Eduardo Campos. Aquela eleição foi atípica, pois o favorito Humberto Costa crescia um ponto ao dia e tinha chances reais de vencer a eleição já no primeiro turno, até que uma denúncia envolvendo sua passagem pelo ministério da Saúde o tirou até mesmo do segundo turno, apesar disso ele obteve expressiva votação que foi suficiente para quebrar a hegemonia da União por Pernambuco quando declarou voto em Eduardo Campos.
As eleições de 2022 trazem um caráter atípico, além da própria longevidade do PSB no governo, temos este ano cinco candidatos competitivos, com um deles, Marília Arraes, praticamente garantida no segundo turno, e quatro nomes com chances reais de garantir a presença na segunda etapa. Apesar de numericamente não ter a garantia da eleição em primeiro turno, pois a soma dos adversários suplanta os números obtidos por Marília, a hipótese também não está descartada.
Faltando pouco mais de 20 dias para o primeiro turno, a expectativa recai sobre o fator do voto útil em favor de Marília para liquidar a eleição logo no dia 2 ou em favor de quem poderá ser seu adversário ou adversária na segunda etapa, uma vez que Anderson Ferreira, Danilo Cabral, Miguel Coelho e Raquel Lyra seguem com chances reais de ascender ao segundo turno, cuja definição poderá ser feita nos detalhes.