O PDT, partido de Carlos Luppi e reduto do presidenciável Ciro Gomes, tem conversado com as siglas do PSD, de Gilberto Kassab e o União Brasil, de Luciano Bivar. Durante a convenção nacional do partido, que escolheu Gomes para lançar à disputa presidencial deste ano ontem (20), o partidário afirmou que há “conversas em aberto” com as legendas para uma possível chapa eleitoral.
“Nós temos a conversa em aberto com o União Brasil, que tem pré-candidato nesse momento, e em aberto com o PSD. Nós delegamos à nacional a faculdade da busca pelo entendimento”, disse.
O partido pedetista ainda não firmou alianças oficiais com outras siglas.
Ontem (20), Ciro Gomes fez um aceno às mulheres e disse que, se depender dele e dos diretores do PDT, será lançado uma vice mulher para dividir a campanha.
O prazo para que seja construído coligações, no entanto, vão até 15 de agosto. Ciro admitiu que as negociações estão em curso, mas o curto período de tempo tem atrapalhado o seguimento das conversas.
“Luciano Bivar é um amigo. Eles [União Brasil] pedem que a gente não feche [chapa] agora porque ainda estão em tratativas. É delicado, mas vai acontecer muita coisa ainda nos próximos dias”, disse.
Pelo o União, Luciano Bivar disputará o pleito presidencial deste ano. O partido deverá homologar sua candidatura em 5 de agosto, data limite para as convenções partidárias, conforme prevê o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Polarização
Ciro tenta fazer frente às candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Atualmente, o ex-governador aparece em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto, atrás de Lula (47%) e Bolsonaro (28%).
O candidato avalia, que apesar da polarização de extremos entre os outros concorrentes, o atual cenário é mais favorável a ele do que em 2018, quando também concorreu ao Palácio do Planalto.
“Nesta data, na eleição passada, eu tinha 4% dos votos. Agora, eu entro já com 12%. O cenário é muito mais favorecido… A vantagem é que nesse momento com as convenções se encerra um ciclo de especulação”, argumentou.
Em discurso, Ciro confrontou Lula e Bolsonaro. Segundo ele, o atual presidente é resultado da série de erros cometidos pelos governos petistas anteriores. “Em 14 anos, o que o lulismo conseguiu foi parir Bolsonaro. E que obra monumental!”, brincou.
“Eles são cúmplices do mesmo modelo e são incapazes de propor uma saída, de abrir um novo caminho. É por isso que Lula e Bolsonaro querem transformar esta eleição na mais vazia de debates e de confronto de ideias de todos os tempos.”, disse.
Ontem (20) teve início o período para realização das convenções partidárias, conforme o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A data vai até 5 de agosto. Depois, as legendas têm até 15 de agosto para fazer o registro das chapas na Justiça Eleitoral. Só a partir de 16 de agosto os 45 dias de campanha começam de verdade e eles poderão usar seus respectivos números e pedir votos.
A campanha do candidato, sob o comando do ex-marqueteiro do PT, João Santana, vende o nome de Ciro como uma espécie de “livramento”: vote em um e se livre dos dois”, em referência a Lula e a Bolsonaro.