Por Ricardo Antunes, em Brasília
O mistério acabou, mas a novela não. Depois de ter sido “desalojada” da antiga Decasp sendo jogada em um setor com menos repercussão, a delegada Patrícia Domingos recebeu uma má notícia: O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), vetou a cessão da delegada para o Ministério da Justiça onde ela ia trabalhar ao lado do ex-juiz Sérgio Moro.
Ao vetar a ida da delegada para Brasília, o governador arrumou uma “saia justa” com o ministro que deixou claro ao seus interlocutores que recebeu com “surpresa” o comunicado do governo de Pernambuco.
Para piorar ainda mais a situação, o ministro da Justiça foi comunicado apenas por um telefonema da parte de um servidor da secretaria de Justiça. “Realmente ninguém entendeu nada”, disse ao blog um assessor do ministro.
Depois da polêmica extinção da Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração Pública da Capital (Decasp), aprovada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco em outubro do ano passado, Patrícia foi transferida para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ao receber o convite no mês passado, a delegada se disse honrada por ter sido lembrada.
“O convite me deixou muito feliz. Fui convidada para participar trabalhando dentro da Diretoria de Políticas Públicas de Segurança. Acredito que tenho uma bagagem para contribuir nas políticas de combate à corrupção”, afirma.
Na ocasião do convite, ela falou sobre a importância do trabalho desempenhado pelo órgão. “Em relação à questão das políticas públicas, elas abordam também outros crimes, como o tráfico de entorpecentes, que hoje é a causa da maioria dos homicídios”, disse ela
“Estou arrasada. Isso é uma perseguição”, desabafou Patrícia, a um interlocutor, ao ver outro dos seus sonhos interrompido. O argumento usado pelo Governo de Pernambuco foi de que o estado teria extrapolado a cota de servidores que podem ser cedidos a União.