O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que pedirá ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que vete o artigo do projeto aprovado pelo Congresso que garante reajuste aos servidores públicos. Bolsonaro afirmou que seguirá Guedes, pois “ele é o senhor da razão na economia”. “Vetaremos esse dispositivo”, respondeu Bolsonaro.
Segundo Guedes, é muito importante que o funcionalismo público entenda a gravidade da situação, em que trabalhadores da iniciativa privada estão perdendo o emprego e muitas vidas estão sendo perdidas. Ele destacou que os aumentos salariais aos servidores, se concretizados, custarão R$ 130 bilhões nos próximos dois anos. “A opinião pública é contra esses reajustes. Portanto, pedi ao presidente que vete”, frisou.
Guedes afirmou que o projeto aprovado pelo Congresso que prevê socorro a estados e municípios, que estão perdendo receitas por causa da pandemia do novo coronavírus, tem ponto positivos, como a descentralização de recursos. Mas é inaceitável que os parlamentares tenham mantido a possibilidade de aumento salariais à maioria dos servidores. “O momento é dramático”, disse. Portanto, segundo ele, não é o momento de dar reajustes ao funcionalismo público.
O ministro afirmou ainda que a determinação do presidente da República é “para salvar vidas e empregos”, por isso, o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 para proteger as camadas sociais mais desfavorecidas. Mas depois que esse programa, que durará, a princípio, três ou quatro meses, a situação pode se agrava muito se a economia não voltar a funcionar. “A indústria está mantendo os sinais vitais, mas está na UTI”, disse.
Guedes alertou que, se o isolamento social durar mais tempo, daqui a 30 dias muitas empresas, que estão operando atualmente com 40% da capacidade instalada, poderão fechar as portas. E o pior virá: o desabastecimento, com crise social. “Foi diante desse relato dos empresários, que o presidente decidiu ir ao Supremo Tribunal Federal para apresentar ao ministro Dias Toffoli mostrar o que está acontecendo”, destacou.
Para Guedes, por enquanto, a situação está organizada, “mas o perigo de desorganização é grande, pois, daqui a 30 dias, todos podem apagar a luz, pode faltar tudo, levando ao colapso da economia e à desorganização social.