Por Edmar Lyra – Governador de Pernambuco durante oito anos, Paulo Câmara enfrentou os maiores desafios que os governantes pernambucanos enfrentaram na história recente. Foi, sem sombra de dúvidas, um período que exigiu capacidade de gestão e mais do que isso, austeridade fiscal e resiliência para poder lidar com as intempéries propostas pelas circunstâncias políticas.
Em 2022, Paulo Câmara poderia ter optado por disputar um mandato eletivo, renunciando ao cargo de governador e disputado o Senado ou a Câmara dos Deputados, mas em nome da unidade da Frente Popular e do palanque de Lula em Pernambuco, decidiu ficar até o final do governo, contrariando a lógica de seus antecessores Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos.
A postura de Paulo Câmara ajudou o PT a eleger Teresa Leitão para o Senado e possibilitou que o PSB emplacasse cinco deputados federais, tornando-se a maior bancada do partido dentre as unidades federativas. Com tamanha dedicação ao PSB e ao projeto de Lula, o governador Paulo Câmara, que é economista e auditor do TCE, tem currículo para ocupar uma vaga na esplanada. A pasta mais provável é o ministério da Ciência e Tecnologia que historicamente tem sido ocupado pelo PSB em governos petistas.
A escolha de Paulo Câmara é um aceno a Pernambuco, mas também ao PSB, que teve papel fundamental na construção da candidatura de Lula ao ofertar seu tempo de televisão nacional e importantes palanques estaduais como Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo, que foram imprescindíveis para a vitória de Lula nas eleições deste ano.