Eleito na esteira de uma comoção envolvendo a morte do ex-governador Eduardo Campos em 2014, Paulo Câmara assumiu o governo em 2015 deixando que o núcleo político que tocou sua campanha formasse o seu governo. Isso ocorreu não só pela tragédia como também pela falta de experiência do governador para exercer um cargo de tamanha magnitude.
A primeira demonstração de inexperiência política foi a eleição da mesa diretora da Alepe em 2015 quando o escolhido do Palácio para a primeira-secretaria foi derrotado, isso ocorreu porque faltou articulação do governo junto ao poder legislativo, e os desdobramentos daquela atitude foram se amontoando a cada ano.
Nas eleições deste ano, Paulo Câmara era dado como carta fora do baralho por muita gente, sobretudo pelos que compuseram a oposição liderada por Armando Monteiro, mas com a experiência de mais de três anos enfrentando uma das maiores crises políticas da história, o governador fez movimentos que lhe deram uma competitividade significativa e encurralaram a oposição, como por exemplo a atração do PT para a Frente Popular e a manutenção do MDB na sua coligação.
O resultado todo mundo já sabe. Uma vitória menos elástica que em 2014, porém com muito mais cara de Paulo Câmara do que quando ele foi eleito por conta da morte de Eduardo Campos. Esta vitória deu a condição ao governador de fazer um governo mais a sua maneira do que foi o primeiro. A expectativa do segundo mandato é melhor do que o primeiro, inicialmente pela condição de o próprio governador montar seu secretariado sem interferências externas, depois porque lidera uma frente política mais enxuta e mais homogênea, tendo que partilhar o governo com PSB, PT, MDB, PSD, PR, PCdoB e Solidariedade apenas.
A partir de janeiro, Paulo Câmara terá condições de imprimir um ritmo de trabalho muito mais eficiente e eficaz do que os primeiros quatro anos, pois o mérito da sua vitória do último dia 7 é mais seu do que de terceiros, diferentemente de 2014 quando ela foi contabilizado por fatores estranhos ao mérito e a competência do governador. (Edmar Lyra)