Apesar de ser um neófito na política tendo sido obrigado por uma fatalidade a governar Pernambuco sem o seu mentor Eduardo Campos, o governador Paulo Câmara mesmo diante dos desafios está prestes a encerrar a primeira fase da pré-campanha com uma situação bastante confortável do ponto de vista político e eleitoral. Mesmo com algumas saídas do PSB por questões meramente eleitorais, o governador não contabiliza nenhuma baixa para a oposição além dos que já eram esperados como Fernando Bezerra Coelho, Mendonça Filho e Bruno Araújo, e caminha para a sua reeleição com a tropa unida.
Evidentemente que Paulo Câmara não é uma sumidade de governador, primeiro porque as condições não contribuíram para isso, segundo porque a referência de Eduardo Campos, como grande governador que foi, ainda está muito presente na mente dos pernambucanos e este parâmetro seria cruel com quem quer que fosse o seu sucessor, porém os pernambucanos reconhecem que apesar dos pesares o estado segue de pé e isso somente tem sido possível graças a serenidade e a forte capacidade técnica do governador Paulo Câmara de gerir a máquina pública.
Os partidos da Frente Popular e os principais atores políticos do estado também perceberam isso. O movimento do governo está sendo competente no sentido de manter a tropa unida, atrair nomes que estavam fora, como o PT, e manter nomes que sinalizavam possibilidade de outro caminho, como os Ferreiras. Com o movimento realizado pelo governador nos últimos dias, ele chega na disputa com as condições políticas de defender o seu governo, recuperar-se política e eleitoralmente e tentar o segundo mandato, garantindo assim a manutenção da hegemonia do PSB que já dura doze anos em Pernambuco.
Para alguém que nunca tinha sido sequer vereador, e não teve a oportunidade de ter Eduardo Campos para orientá-lo, o governador Paulo Câmara está saindo melhor do que a encomenda. Com seu jeito simples, comendo pelas beiradas, alinhavando as costuras do seu governo e da frente política que lidera, Paulo Câmara encerra a primeira fase da guerra muito a frente dos seus adversários, que seguem sem saber qual será o candidato a governador apresentado e ainda sem ter uma estratégia política convincente para fazer o contraponto ao governo do PSB.