O governador Paulo Câmara, reeleito sob o mote do Lula Livre, da defesa da democracia e algumas bandeiras do PT, ajudou Fernando Haddad no segundo turno, garantindo-lhe a vitória em Pernambuco mesmo Jair Bolsonaro tendo sido o vitorioso no país. Apesar do posicionamento político atrelado ao PT, o governador percebeu que em nada ajudaria ele adotar um tom beligerante em relação ao governo federal.
Existem demandas do estado que precisam de uma relação cordial e republicana entre o governador, o presidente e seus ministros. Ciente disto, apesar de ter faltado à reunião com o ministro Sergio Moro, o governador estará nesta quarta-feira em Brasília para uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na pauta, a liberação de novos financiamentos, uma vez que o governo de Pernambuco possui uma das melhores capacidades de endividamento.
Paulo Câmara se mostrou um gestor responsável a bastante pé no chão tanto na época de secretário quanto no seu primeiro governo, sendo fundamental para manter, apesar das intempéries, o estado de pé. Agora ele entende que precisa fazer mais do que foi feito, devido o crédito de confiança dado pelos pernambucanos ao seu governo, e pra isso não poderá se limitar ao dinheiro azul e branco.
Se o governador voltar da reunião com sinalizações positivas do ministro Paulo Guedes, ele poderá imprimir um ritmo de trabalho e de entregas que dará ao seu governo uma imagem melhor perante os pernambucanos. Com quatro anos pela frente, o governador e o presidente terão que caminhar juntos em prol de Pernambuco, mesmo que politicamente eles permaneçam em lados opostos, pois assim eles estão respeitando a democracia e estarão sendo totalmente republicanos, que é o que se espera de ambos. (Edmar Lyra)
