Em que pese os últimos acontecimentos envolvendo a oposição que foi derrotada por Paulo Câmara em 2018, está muito latente que o grupo oposicionista não sabe que caminho seguir, uma vez que suas opções já foram derrotadas pela Frente Popular em ocasiões anteriores.
Pelo desenho que temos hoje com as prováveis candidaturas do PSB e do PT, com João Campos e Marília Arraes, respectivamente, a perspectiva é de se repetir o quadro de 2016 quando PSB e PT disputaram o segundo turno, deixando de fora os nomes oposicionistas de uma segunda etapa e obrigando o eleitor mais à direita ter que fazer uma escolha entre os dois nomes de esquerda na segunda etapa.
Pelo que se percebe na oposição, nem Mendonça Filho abre para Daniel Coelho, nem Daniel vai aceitar abrir pra Mendonça, pois um acha que é mais competitivo que o outro e chegar à unidade será tarefa quase impossível. Além do mais, ambos não ofertam nenhuma novidade no pleito e são candidatos facilmente desconstruídos pelo PSB e pelo PT que já os derrotaram em ocasiões anteriores.
Nas eleições de 2018 ao dar a vitória a Jair Bolsonaro no primeiro turno, o eleitor recifense sinalizou que pode dar musculatura a um projeto de centro direita, desde que esse projeto represente um fato novo e tenha potencial de crescimento. Mais do que fazer recall para federal em 2022, que é o que Daniel e Mendonça querem, a oposição precisa de um projeto novo para a cidade.
Ao garantir quase 170 mil votos para Gleide Ângelo em 2018, o eleitorado recifense mostrou que pode apostar numa candidata que tenha apelo de segurança pública, e este nome pode ser o da delegada Patrícia Domingos, que no primeiro turno tem grandes chances de ganhar a simpatia da classe média e quebrar a polarização do PT com o PSB.
E num eventual segundo turno poderá chegar com um efeito devastador, pois é um nome difícil de ser desconstruído, uma vez que na política ela é uma folha em branco, diferente de Mendonça e Daniel que além das derrotas já sofridas em pleitos anteriores, podem ser desconstruídos pela Frente Popular tanto no primeiro quanto num eventual segundo turno. Pelo cenário exposto, a candidatura de Patrícia Domingos a prefeita vira uma questão de sobrevivência para a oposição. (Edmar Lyra)