Partidos nanicos perderão atratividade em 2020…

Com a nova legislação eleitoral, apenas 21 partidos atingiram a cláusula de barreira, dos 34 com registro. Esta medida visa reduzir as siglas existentes no país a cada eleição geral, e a consequência para os partidos nanicos é não ter mais acesso a guia eleitoral, fundo partidário e fundo eleitoral, mas eles poderão continuar existindo e disputar as eleições se suas executivas nacionais assim preferirem. Na capital pernambucana, 21 partidos foram representados por vereadores eleitos em 2016, atualmente, somente 18 partidos estão representados na Casa José Mariano, e há um sentimento que os vereadores de mandato em sua maioria trocarão de partido visando a sobrevivência nas eleições de 2020. Os vereadores Eduardo Chera e Aerto Luna já oficializaram a migração para o PSB, e há uma forte expectativa que pelo menos dez parlamentares migrem para partidos que formarão chapas competitivas.

Com a nova legislação, que proíbe a coligação proporcional para 2020, os partidos terão o grande desafio de formar chapas competitivas na capital pernambucana. Serão até 58 candidaturas por cada partido, com a exigência de pelo menos 30% do gênero feminino. Portanto, o pleito municipal de 2020 poderá ter no máximo 2 mil candidatos, devido à necessidade de cada um dos 34 partidos existentes lançar nomes para a disputa proporcional. A nova legislação possibilita que os partidos que não atingirem o quociente eleitoral, estimado em 2020 para algo em torno de 21 mil votos, terão direito a disputar as sobras, esta medida já funcionou em 2018, o que em tese amenizaria a situação dos partidos nanicos, porém para que uma sigla eleja sem riscos dois vereadores, serão necessários algo em torno de 40 mil votos no Recife.

Nesta conta, considerando os partidos nanicos, que historicamente elegem vereadores com votações abaixo de 5 mil, precisarão montar chapas, em abril de 2020, prazo final de filiação. Não haverá mais a oportunidade de coligar aos 45 do segundo tempo, portanto, partidos que elegerão de um a dois vereadores serão um risco muito grande para a disputa, devido à possibilidade de esvaziamento de chapa. O que deverá acontecer é a filiação em massa de vereadores de mandato a partidos governistas, no Recife é o caso do PSB, e de partidos que terão candidaturas próprias competitivas a prefeito para ajudar no voto de legenda. Partidos periféricos, sem qualquer identidade política, perderão a atratividade. Para sobreviver, os vereadores migrarão para partidos já estabilizados, como é o caso do PSB, PP e PT, que terão voto de legenda e puxadores de votos. (Edmar Lyra)