Para superar a cláusula de desempenho, o Partido Comunista do Brasil e o Partido Pátria Livre, que estão em tratativas desde o final da eleição, anunciaram, na segunda-feira (26), em nota conjunta, a integração do PPL ao PCdoB. Os partidos, que vão selar o acordo oficial, em reunião, no próximo domingo, às 10h, no Sindicato dos Eletricitários, em São Paulo, estarão na oposição ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Em nota, ambos defendem que a eleição de Bolsonaro “coloca em alto risco a democracia, a soberania nacional e os direitos do povo brasileiro”. Além disso, justificam a união por causa de exigência política e jurídica, que é a superação da cláusula de desempenho. “De comum acordo, as direções das duas legendas concluíram, então, que o caminho para realizar os objetivos propostos é o da unidade, cujo encaminhamento prático, legal e imediato é a incorporação do PPL ao PCdoB. Esse processo, assentado na legislação e nos estatutos das duas legendas, se efetivará simultaneamente em suas instâncias de decisão e deliberação”, diz a nota assinada por Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB, e Sérgio Torres, presidente nacional do PPL.
Na eleição, PPL lançou João Goulart Filho à Presidência da República, enquanto o PCdoB lançou a deputada Manuela D’Ávila a vice do candidato Fernando Haddad (PT), derrotado por Jair Bolsonaro (PSL), no segundo turno. Os comunistas elegeram nove deputados federais e o PPL, um. Ambos não haviam superado a cláusula de desempenho e deixariam de receber recursos do Fundo Partidário e ter tempo de propaganda de rádio e televisão. Com a união, passam a ser apenas um partido e ter direito aos benefícios. A incorporação dará ao PPL assento na Direção e Executiva nacionais do PCdoB. (Folha de Pernambuco)