Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo
A decisão de Jair Bolsonaro de indicar o filho Eduardo embaixador em Washington foi considerada um erro por dirigentes de partidos que apoiaram mudanças na Previdência. O presidente, dizem, falhou não só na forma, mas especialmente no timing, interrompendo a repercussão positiva do avanço da reforma no Parlamento.
Esse grupo lembra que o nome do 03 chegará ao Senado em meio à tramitação das novas regras de aposentadoria —agregando custo extra à articulação do Planalto.
Líderes de partidos de centro e centro-direita dizem que o presidente precisa estar ciente de que, se confirmar a indicação do filho à representação mais nobre do Brasil, iniciará operação de alto risco —a votação no Senado é secreta.
Por isso, senadores de partidos de oposição ainda custam a crer que Bolsonaro vai levar a operação adiante. Um integrante dessa ala política e da Comissão de Relações Exteriores calcula que, na largada, Eduardo tenha nove votos contrários entre os 17 titulares.
A comissão sabatina e avaliza antes do plenário os indicados a postos diplomáticos.