O PSB adotou uma linha de defesa para evitar que a campanha de Marina Silva tenha de responder legalmente pelo fato de o avião Cessna PR-AFA usado por Eduardo Campos não ter sido declarado à Justiça Eleitoral. A explicação do negócio será de responsabilidade do comitê financeiro da campanha de Campos, que tinha um CNPJ próprio, desativado logo após sua morte.
Um novo comitê, com novo CNPJ, foi registrado em nome de Marina, como determina a lei eleitoral em caso de morte do candidato. Na avaliação do PSB, isso dispensará a nova candidata de responder na Justiça pelo uso do avião.
Segundo dirigentes do PSB, caberá ao comitê extinto explicar por que o avião Cessna não foi declarado à Justiça Eleitoral. Pela legislação, o avião usado por Campos desde maio precisaria ter sido declarado na prestação parcial enviada pelo PSB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A conta do serviço de transporte tinha que ser registrada a partir do início da campanha, em julho. A versão que o PSB apresenta, até agora, sobre o uso do avião reforça, no entanto, a tese de que o aparelho entrou para a campanha de Campos num caixa dois. Ou seja, o gasto não foi declarado regularmente. (Magno Martins)