Como parte de sua reforma da Cúria romana, o Papa Francisco nomeou oito cardeais e sete leigos para ajudar em um Conselho para a Economia, o novo ministério da Economia, anunciou o Vaticano neste sábado.
“As relações entre o Conselho e o Secretariado para a Economia (ministério) serão definidas por seus status. Mas o Conselho é um organismo que terá a sua própria autoridade e não será apenas um órgão consultivo para o Secretariado”, indicou à imprensa o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
O novo ministério criado no final de fevereiro por “motu proprio” (decreto) do Papa, terá jurisdição sobre os fluxos financeiros dos cerca de 20 dicastérios (ministérios), deverá validar os números para diferentes orçamentos e as equipes de trabalho.
Este ministério é uma nova estrutura destinada a unificar e simplificar um organismo de decisão e controle até então fragmentado e burocrático.
O novo ministério da Economia é dirigido pelo cardeal australiano George Pell, com o apoio do prelado maltês Alfred Xuereb, até então um dos secretários particulares do Papa.
Os oito cardeais que serão membros por cinco anos do Conselho para a Economia são o alemão Reinhard Marx, que será o coordenador, o americano Daniel DiNardo, o sul-africano Wilfrid Napier, o francês Jean-Pierre Ricard, o mexicano Norberto Rivera, o peruano Juan Luis Cipriani Thorne, o bispo de Hong Kong John Tong Hon e o vigário geral de Roma o arcebispo Agostino Vallini.
Os sete leigos são Joseph FX Zahra, ex-diretor do Banco Central de Malta, o francês Jean-Baptiste Franssu, diretor da empresa de consultoria Incipit, o americano John F. Kyle, ex-diretor aposentado da companhia Imperial Oil, o espanhol Enrique Cueto Llano, economista na Universidade de Madrid e especialista em auditoria, Jochen Messemer, ex-sócio da empresa de auditoria McKinsey, Francesco Vermiglio, professor de administração de empresas na Universidade Messina (Sicília) e George Yeo, ex-ministro das Finanças de Cingapura.
“A origem geográfica dos membros do Conselho reflete a universalidade da Igreja. A criação deste Conselho é um passo fundamental para o fortalecimento das estruturas de gestão da Santa Sé, de modo a melhorar a coordenação e o acompanhamento das questões econômicas e administrativa”, declarou o padre Lombardi.
A administração da Santa Sé é marcada por problemas e escândalos, principalmente devido a opacidade de seu funcionamento, a dispersão de seus funcionários, privilégios antiquados, a falta de controle e métodos burocráticos, como revelado pelo escândalo do “Vatileaks”. (AFP – Agence France-Presse)