Já era tradição: no segundo semestre, as prévias costumavam aquecer as ladeiras de Olinda e confortar os corações saudosos dos dias de Momo até fevereiro do ano seguinte. Em 2020, no entanto, a pandemia do novo coronavírus freou a antecipação da festa e trouxe, inclusive, incertezas em relação à realização do carnaval em 2021 em Pernambuco.
Em Salvador, a prefeitura sinalizou, em julho, a possibilidade de adiar a festa caso não haja um plano de imunização coletiva até novembro. Em São Paulo, o carnaval de rua e os desfiles das escolas de samba foram adiados, mas sem data definida. No Rio de Janeiro, pelo menos cinco das 12 escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca afirmam ser inviável realizar os desfiles sem vacina. A decisão deve ser tomada em setembro.
Segundo a Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult), “ainda é muito precipitado antecipar qualquer decisão a respeito do ciclo carnavalesco no estado”. A secretaria “permanece acompanhando os desdobramentos da pandemia do novo coronavírus e seus reflexos, principalmente em eventos de grande concentração de pessoas”, segundo nota enviada ao G1.
No Recife, segundo a prefeitura, “não há, por hora, definições a serem anunciadas sobre o carnaval 2021”. Já a prefeitura de Olinda afirma que “existe o compromisso de só realizar a festa se houver níveis seguros para receber as pessoas”. Já em Nazaré da Mata, a prefeitura aguarda o posicionamento do governo estadual para liberar ou não a festa em 2021.
Sem definição das autoridades municipais e estaduais sobre a festa, algumas agremiações mantiveram o cronograma de atividades, mas buscam alternativas para manter a tradição em meio ao luto provocado pelas várias mortes pela Covid-19 e pela perda de figuras importantes para os blocos, clubes e maracatus.