Convencido de que passaria pela Operação Lava-Jato sem nenhum arranhão, ou blefando como nunca, Eduardo Cunha tornou-se um paladino da ética desde que entrou em campanha pela presidência da Câmara. Durante a disputa, bastava alguma reportagem ligá-lo à roubalheira na Petrobras para Cunha se apressar a desmentir, sempre no Twitter.
O peemedebista entoava o mantra de que “nada temo, pois nada devo”, e atribuía a Arlindo Chinaglia o que chamava de “alopragens”, sobretudo quando um policial federal ligado a Alberto Youssef disse ter lhe entregado dinheiro.
Confirmado na lista de Janot por suposto recebimento de propina em contratos de locação de navios-sonda, agora o presidente da Câmara sente os nervos ferverem. Acusando o Ministério Público de “investigação política”, no entanto, Cunha segue agindo como se nunca tivesse recebido Fernando Baiano em sua própria casa.
Eis algumas das bravatas morais de Cunha no Twitter só no final de semana:
– É mais uma alopragem que responderei e desmontarei com relativa facilidade;
– Visando detalhar vírgula a vírgula dessa indecente petição do PGR, que certamente vai envergonhar muitos dessa respeitosa instituição;
– Eles estão a serviço de quem? Pelo critério do indício o PGR só será reconduzido se for da vontade do executivo;
– Sabemos exatamente o jogo político que aconteceu e não dá para ficar calado sem denunciar a politização e aparelhamento da PGR. (Lauro Jardim – Veja Online)