O último emprego com carteira assinada de Alexandre Dias – 37 anos, pai de dois filhos – foi de motoboy, no ano passado. “Aí atrasaram os pagamentos e eu saí em janeiro. Ainda tentei botar currículo, mas não estão pegando ninguém, só botando pra fora”, conta. Ele não é só parte das estatísticas de demissões, mas também de seus reflexos: dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE, mostram que 9,1 milhões de pessoas procuraram e não conseguiram emprego no trimestre encerrado em outubro de 2015. Dono de um carrinho de pastéis no Centro do Recife, Alexandre também se encaixa em outros números da Pnad, que mostram a taxa de informalidade em crescimento, alcançando 45,1% no terceiro trimestre de 2015.
Considerados entre os mais consistentes indicadores de desemprego do País, os dados da Pnad são os mais abrangentes, incluindo cerca de 3.500 municípios. Os resultados são divulgados considerando “trimestres móveis” e os divulgados ontem mostram que a taxa de desemprego atingiu o pico de 9% no País. É maior taxa desde 2012, que faz com que filas como as que são vistas diariamente na Agência do Trabalho da Rua da Aurora (área central do Recife) tenham se tornado rotina.
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