Com dificuldades para formar a chapa majoritária, a oposição em Pernambuco tem mais um problema para se preocupar, que é a formação do chapão proporcional para deputado federal, porque se eventualmente mandar deputados federais para a majoritária, terá a chapa de federal desfalcada e correrá um risco real de ter um resultado tão ruim quanto o obtido em 2010 pela coligação liderada por Jarbas Vasconcelos.
Considerando que Fernando Filho, Mendonça Filho, Bruno Araújo, Betinho Gomes, Daniel Coelho, Adalberto Cavalcanti, Ricardo Teobaldo, Jorge Corte Real, Zeca Cavalcanti, Silvio Costa Filho e Ossesio Silva sejam candidatos a federal e estimando as votações considerando o potencial de cada um, teríamos Fernando Filho com 150 mil votos, Bruno Araújo 120 mil votos, Mendonça Filho 120 mil votos, Ricardo Teobaldo 100 mil votos, Silvio Costa Filho 100 mil votos, Daniel Coelho 100 mil votos, Jorge Corte Real 90 mil votos, Zeca Cavalcanti 90 mil votos, Ossesio Silva 80 mil votos, Adalberto Cavalcanti 50 mil votos, Betinho Gomes 50 mil votos, cauda 100 mil votos e legenda 50 mil votos, a oposição teria 1.200.000 votos.
Mantendo o quociente eleitoral de 2014 que foi de 180 mil votos, a oposição elegeria seis deputados federais na melhor das hipóteses. Seriam seis vagas para onze nomes competitivos, com ponto de corte beirando os 100 mil votos. Então a oposição correria um risco real de ter deputados com 90 mil votos não se elegendo. O que evidencia a grande dificuldade oposicionista para o pleito que se avizinha.
No cenário mais provável que é o de a oposição ter que mandar pelo menos dois nomes para a chapa majoritária, por exemplo Daniel Coelho para a vice de Armando Monteiro e Mendonça Filho para o Senado, a conta oposicionista perderia 220 mil votos na chapa proporcional, ficando 980 mil votos entre nominais e legenda. Neste quadro, a oposição ficaria com apenas 5 vagas, sendo que Zeca e Jorge seriam eleitos, e a partir de Ossesio a situação seria desoladora pois ficariam 9 nomes competitivos para apenas 5 vagas.
O ambiente que está desenhado para a oposição pernambucana, salvo haja um fato novo, é de profunda dificuldade também na chapa proporcional e por isso já existem rumores de que alguns nomes que sinalizavam candidaturas por esta coligação estão refazendo as contas e achando que é melhor ficar em casa e economizar alguns milhões que seriam gastos num projeto eleitoral com chances reais de dar errado. (Por Edmar Lyra)